quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Renovação não pode parar...

Picapes derivadas de automóveis formam um segmento particularmente interessante no Brasil. Afinal, este ano devem superar as 200.000 unidades vendidas ou 7% do mercado de automóveis e comerciais leves. Algo além de um nicho de mercado, dividido entre cinco fabricantes e opções de cabines simples, estendida e até dupla.

Esse tipo de veículo, curiosamente, nasceu na Europa em 1930, com o Peugeot 202. Nos EUA, a meca das picapes em geral até hoje, o primeiro modelo sem improvisação derivado de automóveis surgiu em dezembro de 1956, a Ford Ranchero. A aceitação foi baixa, mas continuou até 1979. Entre as derivadas de compactos, a Nissan lançou seu produto em 1971, seguida pela Fiat, em 1978, baseada no 147. Hoje, só no Brasil e na Austrália (de porte maior) há modelos assim à venda, mas nada se compara ao nível de interesse daqui.

Picapes compactas têm utilização diversificada. É difícil classificar com exatidão como se distribuem os compradores, mas, na média, estima-se que 80% se concentram em uso misto, 10% apenas carga e 10% pessoal/lazer. No uso misto, estima-se que pelo menos metade valoriza bastante o visual, o comportamento com caçamba vazia e o volume para apetrechos esportivos.

Nesse contexto, a Chevrolet Montana tinha que se renovar. Lançada em 2003 com base no Corsa II, a nova picape utiliza a arquitetura e metade da cabine do Agile, por sua vez originada na primeiro Corsa. Para atender todos os públicos os fabricantes brigam por frações nas fichas técnicas informadas. A GM aponta a maior capacidade de carga – 758 kg –, apenas 16 kg a mais que a Hoggar. Quanto ao volume, a Montana precisa se desfazer do protetor de caçamba de série para derrotar por apenas 29 litros (1.180 contra 1.151 litros) a concorrente da Peugeot, cujo protetor é opcional.

A solução estética da nova Montana ficou mais atraente que a do Agile. Exemplos dos cuidados de projeto são o desenho das janelas fixas nas colunas traseiras e a pequena bolha no teto por razão mais estilística do que aerodinâmica. Até os apoios para o pé nas laterais da carroceria foram redimensionados. A tampa da caçamba agora é mais baixa, melhorando a visibilidade pelo espelho retrovisor interno e por possuir dimensões menores pode ser manuseada sem esforço (na Saveiro, existe uma mola a gás para compensar o peso). A fim de facilitar as manobras há sensores de distância opcionais no para-choque traseiro, protuberante além do razoável.

No interior, ambos os encostos dos bancos podem ser rebatidos até a posição horizontal e conveniente no dia a dia. O espaço atrás na cabine é limitado (164 litros), embora o fabricante aponte um total de 25 porta-objetos. A GM alega descartar a cabine estendida para evitar interferência com sua picape média S10.

As sensações ao dirigir são as esperadas para um veículo de altura total elevada e bons ângulos de entrada e saída. Para controlar a inclinação da carroceria em curvas a barra estabilizadora dianteira tem diâmetro avantajado, solução técnica nada sutil herdada do Agile.

Os preços vão de R$ 32.000, 00 a R$ 44.000,00. A fábrica espera aumento de 15% nas vendas, o que não vai alterar sua terceira colocação, atrás da Strada e da Saveiro.

Fonte: www.mundodoscarros.com.br

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